Ser má é um dom. Não, eu não digo isso porque eu me acho, talvez só um pouquinho. ;x Mas enfim, ser má é algo que nasce com você, mesmo que esteja escondido bem no fundo. Você não pode "virar má", porque as pessoas boas nunca viram más. As pessoas que viram más, sempre foram más, só que agora simplesmente resolveram assumir e mostrar as garras. Ser má não é pintar os olhos de preto, usar roupas escuras e andar de cabeça baixa, muito pelo contrário. Ser má é estar de queixo erguido, em cima do salto, olhos atentos a tudo o que acontece a sua volta, ouvidos aguçados.
Tudo que você vê e ouve são como pontos de fofocas, onde quem contar a maior ou melhor vence. Esconder seus segredos e expor os dos outros, só que sendo uma garota, todas as brigas são por debaixo dos panos.
Eu já fui uma pessoa muito mais má, mas cara, eu era uma criança e naquela idade chamar de "boboca feiosa, come meleca de nariz" era ser má. Mas enfim, desde os meus nove anos de idade eu tinha uma vítima fixa, que era realmente divertido. Pelo menos pra mim. ;x sjoaijsoiajiosjaijsoa
Acho que eu posso chamá-la de M. Era ela tonta, usava o cabelo preso atolado de creme, abria a boca e todo mundo revirava os olhos, sabendo que lá vinha besteira. Ela me odiava, mas me seguia por toda parte. Porque? Porque eu era muito mais legal que ela, que Deus me perdoe, mas ela era um saco. jsaoijsoiajsojaoij até que um dia, ela veio toda feliz pulando do meu lado: "Ai Ai Candy, deixa eu andar com vocês, deixa!" Eu e a minha amiga, L. ficamos irritadas na mesma hora. Quem ela pensava que era? Com certeza mais do que ela era jsaoijsoiajoisaio ;x até que ela segurou o meu braço e eu senti o sangue subir a cabeça e joguei ela no chão. Eu vi que ela me olhou assustada, e então eu comecei a rir, pra ver se ela me deixava em paz. E bom, ela deixou.
Mas não por muito tempo, porque foram quase quatro anos de guerras entre nós. Eu era amiga de todos, enquanto ela era o famoso CDF chato e inconveniente. Eu era má e gostava disso, e parecia que todo mundo aplaudia de pé o que eu fazia. Eu criava planos mirabolantes e doidos com a minha amiga L., mas nem sempre a gente realmente executava. A gente apenas se divertia rindo, imaginando o quão idiota era aquela garota, que sinceramente só faltava os óculos fundo de garrafa. A gente assustava ela com histórias absurdas, fazendo com que ela dormisse mal de noite, ou ficasse sempre com uns amuletos bizarros de proteção sajosjaoijsoaijsoia. mas então, um dia foi essencial pra que eu começasse a evoluir o meu pensamento e pudesse crescer um pouco. A maldade nunca diminui, ela só é canalizada para as pessoas certas. Eu quebrei o braço de uma menina, que era tipo, inocente na história. Eu queria era mirar na M, mas deu errado. Por mais que na frente dos outros eu me mostrasse indiferente, aquilo começou a me corroer por dentro. Eu nunca quis machucar alguém inocente, não assim, dessa maneira.
O tempo passou e as coisas se acalmaram um pouco entre nós, eu continuava com as minhas implicâncias e zombarias com a menina, mas ela não me ocupava mais tanto tempo na cabeça assim. Um dia as pessoas crescem e evoluem, é o que dizem jsaoijsoaijsoasa o que importa, é que de alguma forma estranha ou destino, chame do que quiser, eu comecei a me aproximar dessa garota. A L, tinha virado amiga dela, então uma vez ou outra eu tinha que atura-la perto de mim. Eu sabia algumas coisas dela que eu poderia muito bem usar ao meu favor, mas eu não sentia mais vontade. Até que um dia eu vi ela chorando, por causa de um garoto. Achei aquilo idiota, porque, tipo assim... Eu achava um sinal de fraqueza e ele não merecia essas lágrimas dela. A L. tava sentada do lado dela, consolando ela, até que eu me sentei do lado dela e disse: "Cara, deixa de ser idiota." Ela me olhou e eu sabia que ela achava que eu ia zoar com ela, mas mesmo podendo, eu não queria. "Ele não merece isso, nada do que tu faz por ele desse jeito. Nenhum deles merece" e não sei se por mágica, desde aquela nossa "conversa" as coisas mudaram
tanto pra mim, quanto pra ela. No começo eu não poderia chamar aquilo de amizade, e sim de trégua. Bandeira branca -QQ mas daí né, as coisas foram se desenrolando até que um dia eu percebi que ela era minha amiga. Talvez não a mais próxima ou a mais legal, mas a que tinha conquistado um espaço no meu coração meléfico huehehe :B
Hoje, depois de quase seis anos eu sei que eu posso dizer que ela é uma das melhores e mais incríveis amigas que eu tenho. Nem todas as histórias acabam bem desse jeito, tudo isso depende do quanto você cresce e amadurece. Ah, eu ainda faço as minhas maldadezinhas, mas é claro que eu escolho as pessoas certas. Eu sou uma pessoa na minha na verdade, com certeza, certos hábitos nunca mudam. Meus olhos vêem e sabem de tudo, afinal isso é um dom das garotas más, mas eu sei usar as coisas nas horas certas e contra as pessoas certas. As pessoas que me atingem, serão atingidas e as que atingem as pessoas que eu amo também. Amar alguém não torna você uma pessoa boa e sim uma pessoa completa. Ser uma "boa garota má" é não abaixar a cabeça para aqueles que ainda acham que estão no poder.
Ser uma garota má, é lutar contra aquilo que você julga errado, só que de uma forma muito mais... divertida. Ser uma garota má não é ser popular ou linda, é ser você mesma sem se deixar abater pelos outros. E eu sei disso, porque eu, eu sou uma garota má.
By Candy

Depois ainda me diz que não é má. E, garota, como tu escreve (bem e muito). Aliás, estou só esperando sentir essa tua maldade que eu tive muitos dons de Sherlock para achar esse blog, mas eu definitivamente não sei me esconder.
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